terça-feira, 25 de agosto de 2015

Cascata de coagulação

                     ENTENDENDO A CASCATA DE COAGULAÇÃO

                   Há 40 anos o processo de coagulação foi descrito como uma série  de reações em que o produto derivado de uma reação fornece a protease essencial para a reação dos sequente .Desta observação, derivou o  conceito de "cascata" da coagulação .Ela  é o terceiro componente do processo hemostático e suas vias estão representadas, esquematicamente, na figura abaixo.
Figura do livro Bases Patológicas das doenças. Robbins e Cotran. Pág.. 119, cap.4
                             
                        É uma série de conversões enzimáticas amplificadas, em que cada etapa proteolítica cliva uma proenzima inativa em uma enzima ativada, culminando na formação de trombina com ligações cruzadas, que é o fator mais importante na coagulação. No final da cascata proteolítica, a trombina converte a proteína plasmática solúvel, o fibrinogênio , em monômeros de fibrina que se polimerizam em um gel insolúvel. Esse gel envolve as plaquetas e outras células circulantes em um tampão hemostático secundário definitivo e os polímeros de fibrina são ligados covalentemente e estabilizados pelo calor XIIIa. Além disso a trombina atua nos mecanismos de retroalimentação de amplificação da coagulação.
                        Os fatores de coagulação podem ser classificados em vários grupos , de acordo com as suas funções: (a) os fatores XII, XI, pré-calicreína , X, IX, VII e protrombina são zimogênios de seriiproteases convertidas em enzimas ativas durante a coagulação; (b) os fatores VIII, V e cininogênio de alto peso molecular devem ser ativados ou modificados  para atuarem como co-fatores; (c) os fatores II, VII, IX e X são chamados de fatores vitamina k-dependentes, uma vez que necessitam desta vitamina para apresentarem função completa, decorrente da presença de resíduos de ácido alfa-carboxiglutamico.
  • Em condições normais, o sistema de coagulação predomina no sentido da anti coagulação.
  • As concentrações plasmáticas das várias proteínas da coagulação relacionam-se com os seus papéis específicos.
  • O iniciador fisiológico da coagulação é o fator tecidual.

                   A organização dos complexo enzima-co-fator sobre uma superfície fosfolipídica carregada negativamente aumenta a concentração local dos componentes da coagulação e se contrapõe à regulação pelos mecanismos anticoagulantes. 
                     A reação pode começar com a presença de cálcio ,fosfolípides e uma superfície insolúvel com carga elétrica negativa . Este processo é denominado via intrínseca e consiste em um conjunto de proteínas plasmáticas ativadas ao interagir com uma superfície carregada negativamente. Está via tem início com a formação do fator XIIa que, na presença do cininogênio de alto peso molecular, transforma o fator IX em fator IXa. Este se liga ao seu co-fator, na presença de Ca e de uma superfície lipídica adequada, ativa o fator II ( protrombina) em fator IIa( alfa-trombina).
                          A outra via de geração da trombina iniciaria quando o cálcio e um extrato de proteína extravascular rico em fosfolipídes ( fator tecidual ) fossem adicionados ao plasma.Está via e denominada extrínseca.O fator VII ao se ligar ao fator tecidual seria transformado em fator VIIa, o qual ativaria o fator X em fator Xa.
                       Na fase de propagação ocorre um deslocamento do local de geração de trombina antes  sobre a superfície celular que expressa o FT e agora sobre a superfície plaquetária.
A fibrinólise é o mecanismo final que os contrapõe ao processo de coagulação.

Bibliografia

Lorenzi, T. F. et al. Atlas de Hematologia. Editora Guanabara Koogan. Cap. 4 -  fisiologia da hemostasia. 2011.

Kumar, V. et. al. Patologia - Bases Patológicas das doenças. Editora Saunders Elsevier. Cap.4. 8ª edição. 2ª tiragem. 2010.



sábado, 22 de agosto de 2015

Microbiologia : Gram positiva e Gram negativa

Bactérias Gram positivas verus Gram negativas

As bactérias que possuem parede celular espessa, formada por múltiplas camadas ,  consistem principalmente de peptideoglicano   ( envoltório em forma de malha ) , revestindo a membrana citoplasmática . O peptideoglicano é um exoesqueleto com função semelhante ao dos insetos, entretanto, o peptideoglicano da célula bacteriana é suficientemente poroso para permitir a difusão de metabólitos para a membrana celular e é essencial para a estrutura, a replicação e sobrevivência das células em condições normalmente hostis de sobrevivência bacteriana. Ele pode ser degradado pelo tratamento com lisozima, uma enzima encontrada nas lágrimas e no muco dos seres humanos. A redução da parede celular produz um protoplasto que sofre lise com facilidade. A parede celular pode incluir ácidos teicóicos e lipoteicóicos.

Figura A

Bactérias Gram positivas

Figura B
Bactérias Gram negativas
Créditos das fotografias : Aulas práticas de microbiologia em 01/09/2015 - Por Polyana Fernandes.

     As bactérias com parede Gram-negativas são mais complexas do que as bactérias Gram-positivas, tanto estrutural quanto quimicamente. Estruturalmente, a parede celular contém duas camadas externas à membrana citoplasmática. A área entre a superfície externa da membrana citoplasmática e a superfície interna da membrana externa é referida como espaço periplasmático, que é, na verdade um compartimento contendo uma variedade de lisoenzimas hidrolíticas. A membrana externa mantém a estrutura bacteriana e é uma barreira de permeabilidade,  antibióticos maiores ou hidrofóbicos e proteínas como a lisozima. A adição de lisozimas às células tratadas dessa maneira produz esferoplastos , que, à semelhança dos proteoplastos , são osmicamente sensíveis.

Fonte:

Murray, Patrik R. Microbiologia Médica. 4a edição,  cap. 3, pág. 14 a 16, editora Guanabara, 2004.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Anemia falciforme


 Anemia : Falciforme


Lembrando que a anemia não é uma doença e sim um sintoma        ( exceto nos casos genéticos , que aí sim podem ser considerados patológicos ). Esta doença é genética, hereditária comum que ocorre na população africana com maior frequência. A mutação no sexto códon da Beta globina que provoca a substituição de um resíduo de glutamato por um resíduo de valina. As propriedades fisioquímicas  e anormais da resultante hemoglobina falciforme       (Hbs) são responsáveis pela doença. O traço falciforme é uma condição em que os indivíduos afrodescendentes possuem o gene heterozigoto para a Hbs. A anemia falciforme tem esse nome porque as hemácias possuem um aspecto de foice, o que pode ocasionar outras doenças com diferentes sintomas como falta de ar e cansaço. Essas hemácias defeituosas podem ficar presas nos vasos sanguíneos impedindo a circulação , causando também o priapismo . A presença de Hbs é subjacente às principais manifestações patológicas : (1) hemólise crônica, (2) oclusões microvasculares e (3)lesão tecidual. Há outras ameaças como as crises convulsivas oclusivas, e a susceptibilidade a microrganismos encapsulados. um ponto importante no tratamento é um inibidor da síntese de DNA, a hidroxiureia , que possui vários efeitos benéficos. Incluem aumento dos níveis eritrocitários e efeito anti-inflamatório. 

Fonte :

Kumar, Vinay. et al. Bases patológicas das doenças. Patologia. Editora Saunders Elsevier. vol. 2 , 8ª edição, cap. 14 , pag. 653-656. 2010.